Dra. Lia Alves Schinetski, PHD

10 coisas que você precisa saber sobre Apneia do Sono

 

A palavra apneia significa “parada da respiração”. Ela pode acontecer de forma consciente, por exemplo, quando mergulhamos. Atletas que praticam o mergulho livre conseguem ficar até mais de 5 minutos sob a água sem o auxílio de equipamentos para a respiração. Mas tem muita gente que não é atleta e que, sem querer, acaba fazendo várias apneias durante o sono. A pessoa para de respirar por pelo menos 10 segundos. Mas pode acontecer de ficar muito mais tempo sem respirar. Vamos fazer um teste: prenda a sua respiração por 30 segundos. Como você se se sentiu? Confortável? Acredito que não! E infelizmente muitas pessoas passam por isso dezenas de vezes durante o sono.

 

Há alguns anos atrás o Instituto do Sono da UNIFESP publicou uma pesquisa realizada com milhares de pessoas da cidade de São Paulo e concluiu que 30% dos paulistanos tinham apneia. Essa pesquisa teve uma enorme repercussão internacional. É fato: hoje em dia existe um número cada vez maior de pessoas com apneia. E a maioria sofre as consequências dessa doença durante vários anos, sem saber a causa de tantos problemas.

 

Então, vamos lá, leia as 10 coisas mais importantes que você precisa saber sobre a apneia:

 

  • A apneia do sono é uma doença crônica e que evolui com o passar dos anos. É caracterizada pela obstrução das vias aéreas, causando paradas da respiração enquanto a pessoa dorme. A respiração cessa porque as vias aéreas colapsam, impedindo que o ar chegue até os pulmões.

 

  • A apneia pode ocorrer por vários fatores: os músculos da garganta e língua relaxam mais do que o normal, as amídalas e adenóides são grandes, a pessoa está acima do peso (o excesso de tecido mole na garganta dificulta mantê-la aberta), ou o formato da cabeça e pescoço resulta em menor espaço para passagem de ar na boca e garganta.

 

  • Os principais sintomas da apneia são ronco e sonolência durante o dia, embora muitas pessoas não os percebam. A sonolência diurna é explicada pelas interrupções do sono causadas pela falta de oxigênio.

 

  • Outros sintomas da apneia são: acordar com sensação de sufocamento, ofegante, com dor no peito ou desconforto, confuso ou com dor de cabeça; sentir boca seca ou dor de garganta pela manhã; alterações no humor; dificuldade de concentração; impotência sexual; e irritabilidade.

 

  • A apneia do sono aumenta a probabilidade do paciente desenvolver doenças potencialmente letais. Está associada ao aumento do risco de hipertensão, insuficiência e arritmia cardíacas, derrame e diabetes.

 

  • A apneia acomete aproximadamente 30% da população adulta mundial. Cerca de 90% das pessoas convivem com a doença sem receber o diagnóstico e continuam sem tratamento.

 

  • Nem todo mundo que ronca tem apneia do sono, sendo que ele é apenas um dos sintomas da doença. O diagnóstico médico é feito por meio de um exame chamado de polissonografia, que é o monitoramento do sono por equipamentos eletrônicos.

 

  • Mudanças nos hábitos de vida podem contribuir muito para a melhora da apneia do sono. Perder peso, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, dormir de lado, evitar consumo de comidas pesadas antes de dormir, evitar fumar 4 horas antes de deitar e elevar a cabeceira da cama entre 15cm e 20cm são algumas medidas simples que podem evitar problemas futuros.

 

  • A apneia é um problema médico grave, com probabilidade de alterar a vida da pessoa e que pode contribuir para certos transtornos que podem colocar a vida em perigo. Por outro lado, ela pode ser identificada facilmente e tratada efetivamente. Com o tratamento, a respiração adquire um ritmo regular, os roncos cessam, um sono tranquilo é estabelecido e a qualidade de vida melhora.

 

  • Para o tratamento da apneia existem basicamente 2 dispositivos: o CPAP (principalmente para quem tem apneia grave), que é um dispositivo eletrônico que injeta ar sob pressão para abrir as vias aéreas; o aparelho intra-oral (para quem tem apneia leve ou moderada), que é feito por um dentista especializado, sob medida para cada paciente, e traz a mandíbula (queixo) mais para a frente, para aumentar o canal da garganta e desobstruir a passagem de ar. Cirurgias são indicadas em poucos casos.

 

Fonte:

Adaptado da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

 

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    Comentários

    1. Angelo disse:

      Muito esclarecedora essa matéria, muito grato, vou buscar ajuda para mim e meu filho em São Paulo.

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